sábado, 16 de junho de 2012

Um pouco de Kant


Kant 

Quando nós falamos em Kant, primeira coisa que devemos ter claro é que ele é um autor do fim século XVIII e início do século XIX, sendo que as principais obras dele foram escritas pelo finzinho do século XVIII.
Deve-se lembrar de que Kant é um autor crucial para entender qualquer coisa do pensamento contemporâneo, pois a contemporaneidade pode ser interpretada como uma crítica às pretensões da modernidade, se voltando para a filosofia moderna criticando os fracassos dessa filosofia. E o primeiro autor a fazer isso, justamente com a filosofia moderna, foi Kant, pois ele estava bem na fronteira entre pensamento contemporâneo e o pensamento moderno e é por isso que só conseguimos entender os outros autores depois dele, porque todos os filósofos leva o Kant muito a sério, mesmo que seja para concordar ou discordar.
A época em que o Kant viveu é a época chamada de iluminismo, período que vai do final do século XVIII e início do século XIX. Pode-se dizer que o iluminismo se caracteriza por grande otimismo em relação ao poder e ao alcance da razão. Ele vai defender o iluminismo com a resposta a questão: “O que é iluminismo?”. Com essa resposta ele se tornou muito famoso, pois todos diziam que era a época das luzes e ninguém tinha uma definição boa para a época, até que ele responde da seguinte forma: “o iluminismo é a saída da menoridade do homem da qual ele mesmo é responsável”, ou seja, para Kant seria a saída da menoridade o atingimento de uma certa maioridade/maturidade, colocando as coisas da maneira: “saída de uma certa infância (em que menoridade seria um apelo para a infância e maioridade como a autodeterminação pela razão) ”
“Iluminismo pode ser definida como otimismo para a razão humana”.
            O Kant diz que o lema para o iluminismo era “ousai saber!” – ele sinaliza que até o iluminismo os seres humanos viviam em um regime de heterônomia, ou seja, o oposto de autonomia (que seria uma pessoa que só segue as regras colocadas por si própria), conclui-se então que uma pessoa heterônoma seria uma pessoa que só segue regras, um pau mandado da vida, por exemplo um filho menor de idade em que ele segue as regras impostas pelos pais.
            Para ele tudo deve ser submetido ao tribunal da razão. Kant tratava a razão como um tribunal que julga o que é bom ou ruim, o que deve-se conservar ou jogar fora etc.
Ele participou desse otimismo iluminista, mas ele também era também um crítico radical da metafísica – pensamento ocidental – ele afirmou que a metafísica se tornou um campo de batalhas, ou seja, todos os filósofos entram em conflito, um criticando o outro. Ele diz que quando entramos na filosofia ocidental, não nos situamos com o que é que o ser humano pensa, pois um autor discorda do outro, um briga com a teoria do outra, resumindo, dizer que a metafisica se tornou esse campo de batalhas significa dizer que não existe a menor possibilidade de acordo entre esses autores. E ele diz que isso é ruim para a filosofia, pois podemos saber qual seria o ponto de partida. Na época dele existia três ciências: lógica, matemática e a física.
·         Lógica à Consenso de que o que aprendemos em cada época corresponde mais ou menos daquilo que o Aristóteles elaborou na sua obra chamada “ordem”. Ele fala nessa obra de uma série de tratados de logica em que até o século XIX, quando se falava em lógica, ela era ainda essencialmente a lógica aristotélica. Sendo que só houve uma mudança radical no fim do século XIX.  Ele diz que quando consideramos especificamente a lógica, vemos que existe um certo consenso do que seria a lógica desde a antiguidade até a modernidade. Ele afirma que isso é bom.
·         Matemática à Se encontrava mais ou menos bem assentada, desde de a antiguidade grega, ex.: geometria, havendo modificações com o tempo como o calculo, que foi um rompimento/ruptura com aquilo que seria a matemática da antiguidade, sendo um desenvolvimento. Seguindo assim um caminho seguro para uma ciência.
·         Física à Praticamente não havia consenso na física até o inicio da modernidade, que só foi possível depois de Newton. A física até a modernidade não gozava de um grande prestígio, não criou-se como sendo uma ciência rigorosa mais depois do Newton começa a existir um consenso.
Outras depois dessas foram aparecendo, como historiografia, psicologia, química etc., mas ele não as considerava como ciência.
Ele pergunta se a metafísica poderia ou não se tornar tão rigorosa quanto à lógica, matemática e a física. Quer saber também se podemos sair desse campo de batalhas ou não, pois isso era muito ruim para a filosofia. Ele pergunta: “Pode haver uma metafísica científica?” - ou seja, uma metafísica tão rigorosa quanto às outras citadas acima.
E a resposta está no tema “revolução copernicana na filosofia”.
Ele vai usar o termo revolução copernicana fazendo uma clara referencia a justamente o que aconteceu na filosofia. Ele propõe uma inversão radical do jeito em como vemos as coisas dentro da filosofia.

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