Kant
Quando
nós falamos em Kant, primeira coisa que devemos ter claro é que ele é um autor
do fim século XVIII e início do século XIX, sendo que as principais obras dele
foram escritas pelo finzinho do século XVIII.
Deve-se
lembrar de que Kant é um autor crucial para entender qualquer coisa do
pensamento contemporâneo, pois a contemporaneidade pode ser interpretada como
uma crítica às pretensões da modernidade, se voltando para a filosofia moderna
criticando os fracassos dessa filosofia. E o primeiro autor a fazer isso,
justamente com a filosofia moderna, foi Kant, pois ele estava bem na fronteira
entre pensamento contemporâneo e o pensamento moderno e é por isso que só
conseguimos entender os outros autores depois dele, porque todos os filósofos
leva o Kant muito a sério, mesmo que seja para concordar ou discordar.
A
época em que o Kant viveu é a época chamada de iluminismo, período que vai do
final do século XVIII e início do século XIX. Pode-se dizer que o iluminismo se
caracteriza por grande otimismo em relação ao poder e ao alcance da razão. Ele
vai defender o iluminismo com a resposta a questão: “O que é iluminismo?”. Com
essa resposta ele se tornou muito famoso, pois todos diziam que era a época das
luzes e ninguém tinha uma definição boa para a época, até que ele responde da
seguinte forma: “o iluminismo é a saída da menoridade do homem da qual ele
mesmo é responsável”, ou seja, para Kant seria a saída da menoridade o
atingimento de uma certa maioridade/maturidade, colocando as coisas da maneira:
“saída de uma certa infância (em que menoridade seria um apelo para a infância
e maioridade como a autodeterminação pela razão) ”
“Iluminismo pode
ser definida como otimismo para a razão humana”.
O Kant diz que o lema para o
iluminismo era “ousai saber!” – ele sinaliza que até o iluminismo os seres
humanos viviam em um regime de heterônomia, ou seja, o oposto de autonomia (que
seria uma pessoa que só segue as regras colocadas por si própria), conclui-se
então que uma pessoa heterônoma seria uma pessoa que só segue regras, um pau
mandado da vida, por exemplo um filho menor de idade em que ele segue
as regras impostas pelos pais.
Para ele tudo deve ser submetido ao
tribunal da razão. Kant tratava a razão como um tribunal que julga o que é bom
ou ruim, o que deve-se conservar ou jogar fora etc.
Ele
participou desse otimismo iluminista, mas ele também era também um crítico
radical da metafísica – pensamento ocidental – ele afirmou que a metafísica se
tornou um campo de batalhas, ou seja, todos os filósofos entram em conflito, um
criticando o outro. Ele diz que quando entramos na filosofia ocidental, não nos
situamos com o que é que o ser humano pensa, pois um autor discorda do outro,
um briga com a teoria do outra, resumindo, dizer que a metafisica se tornou
esse campo de batalhas significa dizer que não existe a menor possibilidade de
acordo entre esses autores. E ele diz que isso é ruim para a filosofia, pois
podemos saber qual seria o ponto de partida. Na época dele existia três
ciências: lógica, matemática e a física.
·
Lógica à Consenso de que
o que aprendemos em cada época corresponde mais ou menos daquilo que o
Aristóteles elaborou na sua obra chamada “ordem”. Ele fala nessa obra de uma
série de tratados de logica em que até o século XIX, quando se falava em
lógica, ela era ainda essencialmente a lógica aristotélica. Sendo que só houve
uma mudança radical no fim do século XIX.
Ele diz que quando consideramos especificamente a lógica, vemos que
existe um certo consenso do que seria a lógica desde a antiguidade até a
modernidade. Ele afirma que isso é bom.
·
Matemática à
Se encontrava mais ou menos bem assentada, desde de a antiguidade grega, ex.:
geometria, havendo modificações com o tempo como o calculo, que foi um
rompimento/ruptura com aquilo que seria a matemática da antiguidade, sendo um
desenvolvimento. Seguindo assim um caminho seguro para uma ciência.
·
Física à Praticamente
não havia consenso na física até o inicio da modernidade, que só foi possível
depois de Newton. A física até a modernidade não gozava de um grande prestígio,
não criou-se como sendo uma ciência rigorosa mais depois do Newton começa a
existir um consenso.
Outras
depois dessas foram aparecendo, como historiografia, psicologia, química etc.,
mas ele não as considerava como ciência.
Ele
pergunta se a metafísica poderia ou não se tornar tão rigorosa quanto à lógica,
matemática e a física. Quer saber também se podemos sair desse campo de
batalhas ou não, pois isso era muito ruim para a filosofia. Ele pergunta: “Pode
haver uma metafísica científica?” - ou seja, uma metafísica tão rigorosa quanto
às outras citadas acima.
E
a resposta está no tema “revolução copernicana na filosofia”.
Ele
vai usar o termo revolução copernicana fazendo uma clara referencia a
justamente o que aconteceu na filosofia. Ele propõe uma inversão radical do
jeito em como vemos as coisas dentro da filosofia.
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